Imagem: Marseilles Fournier Tarot Decks Raider-Waite Tarot de: E.A.Waite e Pamela C.Smith - US Games
Atualmente encontramos algumas centenas de Tarôs no comércio especializado. E aqueles que estão pensando em adquirir um acaba em dúvida sobre qual investir. Se há um Tarô melhor ou mais moderno e atualizado, que seja mais indicado para iniciar os estudos e as práticas. A princípio indicamos os Tarôs com símbolos e imagens tradicionais... Mas quais seriam estes?
Didaticamente os Tarôs são classificados em alguns tipos, de acordo com o perfil simbólicos que apresentam: Clássico, Moderno, Transcultural e Surrealista.
Possuem um perfil Clássico os Tarôs criados entre 1400 /1900 ou que seguem a linha deste período - dito por alguns como Padrão Marselha. Mesmo o bom e velho Marselha um dia também foi moderníssimo!
Os Tarôs Modernos surgem com ao advento das novas tecnologias da área gráfica do séc. XX, sendo encarado como uma re-estilização dos Clássicos. Para fins de entendimento da linha cronológica, se diz que estes foram instaurados com o Tarô de Arthur Edward Waite,(1909/1910) desenhado por Pamela Smith: o Tarô Rider-Waite. Ou Smith – Waite?
Bem, de agora em diante vou me referir ao Rider-Waite como Smith-Waite. Podemos dizer que este fabuloso conjunto, o mais clonado dos últimos tempos, agora centenário, pode ser encarado como um Clássico. Voltando à vaca fria, os Modernos seguem traços de criação livre em estilo, porém preservam as fontes simbólicas tradicionais em adereços e ornamentos. Do mesmo período temos o Le Tarot Adivinhatorie de Gabriel Goulinat e Papus (1909), que também é visto como Moderno.
Por volta de 1970, surge uma linha estruturada noutra concepção de criatividade, mas resguardada nos Clássicos, o Tarô Transcultural ou Etnológico, baseado na mitologia de um povo. Temos como exemplos o Tarô Egípcio da Kier, o Tarô Mitológico de Juliet Sharman-Burke e Liz Greener, entre outros.
Em 1975 surgem os Tarôs Surrealista ou Fantasia, que são baseados nos Clássicos e nos Modernos, e deixam a visão simbólica tradicional à parte, mas enfatizam a livre criação artística, o Tantric Tarot e o Osho Zen Tarot. A partir de 1980, surge algo que possivelmente poderá deformar o que é o Tarô quanto a preservação simbólica e estrutural. De Nei Naiff, página 24 do Volume II dos Estudos Completos de Tarô - Tarô Vida & Destino - da Editora Elevação, este trecho oportuno:
[…] infelizmente, no fim do século XX, por causa da imensa liberdade de pensamento e criação artística com que o símbolos do tarô foram ilustrados, eles sofreram deformações em suas imagens – embora alguns digam que a imagem do arcano está evoluindo, eu observo que está fragmentada.
Quem pensa em iniciar nos estudos, que adquira um Clássico #dica. Com o tempo certamente você encontrará um tipo que lhe agrade mais. Saiba, não há Tarôs melhores, diferentes ou mais poderosos… o que se encontra no mercado tem a mesma fonte simbólica, independente da criação artística. Atente a algumas concepções que levam o rótulo de Tarot, que em verdade não tem a estrutura própria do mesmo, e causam confusão a quem está se lançando às artes do Tarô.
Quanto as literaturas em geral, há umas melhores elaboradas que outras, autores mais didáticos por assim dizer, e outros nem tanto. Ler, discernir, escolher e seguir. Boa jornada Viajante.
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Muito bacana, o seu texto versa de maneira didática sobre algo que venho pensando há muito tempo.
ResponderExcluirDepois de conhecer o Tarot da Barbie (!) (risos), realmente concordei com o Nei Naiff...
Abraços!!!
Emanuel,
ResponderExcluirapesar do bug nos comentários do Blogger, que espero seja resolvido em breve, tem muita coisa com nome de Tarot... Rir para não chorar.
Concordo, e muito bom frisar essas diferenças e a necessidade de saber escolher pra quem começa, porque a coisa ta demais: e barbie, senhor dos aneis, cats, e por ai vai, muito bom pra colecionar, obras de arte.MAs...
ResponderExcluirBesos!
Senhor da Vida,
ResponderExcluirnada tenho contra a criação artística na área, mesmo sabendo que boa parte destes não são "esotéristas", mas a degradação simbólica é grande, criando uma anarquia que está se distanciando daquilo que é Tarô, na sua base e estrutura.