segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Erros e acertos

Viajante, Tarólogo erra?
Bússola e Mapa

Sim, erra! Erros como a falta de estudo e conhecimento da potencialidade e abrangência do oráculo em sua expressão simbólica; por perguntas mal formuladas; escolha de método não adequado para a questão e/ou métodos mal estruturados. Desatenção e/ou descaso somado a crenças de que se joga Tarô como uma coisa não-humana, mas do quinto plano...

Erra ao entrar no emocional do consulente, agindo como torcedor ou cúmplice de anseios do mesmo. Esquecendo do impessoal e imparcial, que ainda é dificultoso para muitos praticantes. Erra quando se porta como patrulheiro da moral e dos bons costumes. Erra quando se esquece de avaliar símbolos e julga o comportamento do caráter daqueles que estão a sua frente. Erra por auto-suficiência, orgulho e arrogância. Erra quando passa ao consulente algo que o Tarô não é, faz ou aponta. Erra quando exerce a função sem comprometimento e principalmente com ausência de amor.

Amor ao Tarô, ao próximo e a si mesmo, e não precisa ser assim nesta ordem, erra também quando avalia o outro pelo seu próprio proceder, como se o resto da humanidade que não alcançou o nirvana tenha que ter o tarólogo como espelho da mais alta integridade espiritual. Erra pelos dogmas e verdades, que são parte de muito discurso e pouca prática. Erra por que é tão humano quanto aquele que está a sua frente. Erra quando se esquece da ética, e segue pelas veredas da mesquinhez oportuna e conveniente a interesses escusos e inconfessáveis. 

Erra ao condicionar uma questão, atribuindo duas ou mais questões na mesma pergunta: “Se ele me ama, viaja e fica comigo para sempre, largando a outra?” Precisar-se-ia de Tarô para pressagiar se haverá felicidade desejando o que não pertence à pessoa? Mas cada caso é um caso e cada pessoa, uma individualidade de necessidades que mudam, aumentam de intensidade ou esmorecem diante o desenrolar da vida. 

Ainda erra ao usar o Tarô como fonte de especulação banal. Erra se não levar em conta o estado emocional de um consulente que teme pela saúde de um animalzinho de estimação. O Tarô trata da vida de seres humanos, concordo que ele nos eleva na transcendência como estudo e prática. Não é o praticante da “Arte” que deve dimensionar e condenar o que se passa na alma daquele que está a sua frente. E assim desempenhar com displicência, pois “que seriedade ou sanidade tem em se saber da saúde de um gato (felino)? Tarô é autoconhecimento espiritual! A mais alta ferramenta teurgica, mas já que tá pagando...”

Não importa o quanto é desrespeitado ou não compreendido ao fazer-se Tarólogo e Taromante. Importa que aquele que entrou saia melhor, com o exercer das habilidades junto ao oráculo. Acerta sempre aquele que sabe até onde pode ir; que não há Tarô fechado para ninguém; e sabe em que momento, com amor e responsabilidade, dizer não aos excessos

Acerta mais aquele que tem comprometimento com forças evolutivas e um elevado propósito com o oráculo. E não busca o engordar da própria conta bancária ou permitir que os holofotes do glamour exotérico esotérico sejam mais fortes que a luz do comprometimento. Nada contra cobrar, mas o saber cobrar é que são elas...

Reconhecer assim, limitações e ter a humildade de admitir que ainda há muito que se aprender com a prática de acertar e errar. Erra sim o Taromante, mas o Tarô não. Mas como por isto no fiel da balança? Erra ao pensar que não precisa saber/conhecer mais sobre Tarô, que o resto vem via intuição e mentores lançadores de insights

Acerta muito todo aquele que entende a dimensão da responsabilidade que adentrou ao se fazer Tarólogo e Taromante. Acerta aquele que ousa aprender com os erros e se modificar. Erra quem diz que não erra ou nunca errou. Acerta sempre quem compreende suas próprias limitações e não se torna escravo da vaidade e do orgulho. Erra quem se deixa levar pelo medo de ousar. E quem não aprende com os erros, erra muito mais. 

O Tarô não erra! É feito uma bússola. Somos reflexos de seus Arcanos em certo momento, espelhamos seus atributos e não o inverso. O Tarô fala de como estamos vivendo mediante uma situação, e um jogo é o reflexo deste mesmo momento. Você não é um Arcano, mas pode estar se portando como um, e um jogo é o mapeamento deste comportamento... MapeandoAgora, para que servem as bússolas e mapas, amado Viajante?

2 comentários:

  1. Oi Arierom,

    Você está dando uma sequência muito boa em seus textos, que nos leva a racionalizar/pensar sobre nosso comportamento e nossa escolha de ser tarólogo/taromante. Racionalizar porque nos obriga a pensar com razão e não a divagar, viajar e não chegar a conclusão nenhuma.

    Parabéns por nos prestigiar com estes maravilhosos chamados a realidade.

    Abraços!

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  2. Siá,

    obrigado pelo seu comentário! Penso que o BT tem como propósito de ser/existir esse compartilhar de informação entre razão e intuição, fazendo com que nós (especialmente eu!) possamos pensar e repensar os diversos aspectos que compõem o universo do Tarô em nossa rotina... e por que não dizer da nossa própria vida?!

    Um abraço.

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