sábado, 4 de abril de 2009

A Ética embaixo da mesa

imagem: The Oswald Wirth Tarot Deck - US Games

Observando o Arcano I - O Mago, de um conjunto Clássico, surge-me uma metáfora ao largo do ócio pretensioso a ser produtivo. Focava a mesa do jovem colorido de olhar dissimulado, braços vividos e mãos ágeis. A base, a superfície da mesa era o Tarô. Onde facilitadores da mancia reportam ligação herméticas simbólicas ao holístico da vida humana: material, mental, sentimental e espiritual. Assim os símbolos presentes são traduzidos em qualquer aula inicial geralmente àqueles que estão se lançando ao estudo das lâminas sagradas.

Como se vê na imagem, aparece apenas três pernas, que sustentam a base Tarô. Pela minha analogia, existe a quarta que não se revela, mas certamente dá apoio ao plano real e prático para as possibilidades da mesma.

Por conta e risco cismei nomear dando significação às três pernas visíveis e a suposta quarta oculta.

* A que está mais a frente, em 1º plano, na esquerda do operador: a Taromancia.

* A que a segue no plano de atrás: a Tarologia.

* A que esta na direita, quase sumidinha: a Metodologia.

Quem dá muita importância mesmo, não? Métodos e seu estudo e prática. Aliás, quantos presumem que exista tal estudo no Universo Taromântico?

* E a tal que não aparece: a Ética!

Em minha vivência com o Tarô, algo se estruturou e me deu direção na jornada. Como chegamos ao Tarô? Como ele se achegou a nós? Como estudar o Tarô? E a prática? Como e porque praticar? Com que e quais finalidades? Como ele funciona? Funciona mesmo? Funciona isto sei. Insisto com estes questionamentos de quando em vez, na roda de algumas amizades. Mas cada um do meio esotérico (?) tem sua pessoal história com ele.

Certamente nunca se falou, escreveu, estudou e praticou Tarô como no último século do milênio passado. Seu surgimento como expressão lúdica e como mancia se perde nas brumas da ausência de referências arqueológicas mais claras. Vive-se ainda de hipóteses nos discursos míticos e egóicos de penúltima hora.

No imaginário do comum, é a forma oracular, adivinhatória que as pessoas o presumem bem ou mal, e certamente como oráculo ele é o mais procurado pelas pessoas que dele se socorrem, durante suas angústias.

Na atualidade ele está muito anárquico eclético e democrático, seu uso foi assim se ampliando e se multiplicando nos campos do conhecimento humano que foram surgindo. Ora como pontes ora como atividade complementar ou devaneio dos apelos capitalistas, ora por horas que façam sentido a um contumaz observador e provocador de opiniões.

A Ética em muitos segmentos que envolvam estas figurinhas estranhas e enigmáticas, penso existir, mas não é vista. “O que não é visto não é lembrado”. Tampouco praticado. E o que não é praticado, para que ser falado?

Mais que banida da imagem, varrida para debaixo da mesa de alguns operadores, é a perna que apóia a base sem ser percebida. Sei que no mundo cada qual faz o seu melhor. Custaria fazer o bem? Mesmo que simplesinho e simplório de tudo?

Penso que custaria menos que algumas de suas consultas. E o esfacelamento de contas bancárias desesperadas e crédulas sobre uma mesa que quando tem três pernas é muito mesmo. Por isso que alguns “alguns” tenham talvez longas toalhas a esbarrar pelo chão.

Enfim, faz parte do jogo de cena num palco de bruxuleantes ardores de velas e odores com incensos de origem comercial duvidosa por complemento, que muitos são coadjuvantes e coagidos a ouvir calado um feroz discurso místico esotérico. De quanta inveja possuem, que o “louro” rico tá vindo do estrangeiro, que o quê está atrapalhando é um “trabaio” feito por uma morena despeitada que a pessoa nem se lembra... Mas por uma quantia módica, em sete dias, Ambrósio “resorve”.

Só a consulta custa 100$.
O "desfeito" é dez vezes mais, só pra começar.

Faz quem pode, segue quem quer. Que falta faz uma perna na mesa da vida!

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