“É importante notar que astrólogos, numerólogos, tarólogos, alquimistas nunca foram perseguidos ou queimados vivos durante a Inquisição nos seus seiscentos anos de escuridão espiritual. Não éramos considerados “bruxos” como se apregoa, não éramos estigmatizados pela sociedade europeia; ninguém foi torturado por praticar tais atos, quem afirma isso desconhece a História.
Na realidade, deve-se observar o seguinte: durante a Idade Média e a Renascença, a alquimia e a astrologia eram partes integrantes da sociedade, a tal ponto que Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, por volta de 1250, as colocaram como disciplinas acadêmicas em toda a Europa, e assim, permaneceram durante séculos.” […]
“Um fato interessante é que esses conhecimentos foram todos destruídos pelos homens da ciência na Era do Iluminismo (século XVIII) e não pelos católicos apostólicos romanos.
Na Inquisição, mais tarde batizada de Congregação do Santo Ofício (julgamentos do credo incondicional na Igreja realizados de 1231 a 1834), foram considerados hereges todas as pessoas que não aceitavam ou proferiam os dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana, tais como: Cristo é o salvador, Deus é onisciente, o Papa é o senhor absoluto, o homem foi criado do barro, a Terra é o centro do universo, o dízimo é uma indulgência.” […]
“Segundo estimativas oficiais, nove milhões de pessoas foram julgadas e condenadas à morte na fogueira, por afogamento ou linchamento, e este calculo oficial não inclui o número de mortos durante a Guerra Santa (retomada de Jerusalém, de 1096 a 1270).
Um fato curioso sobre os réus: 75% eram mulheres viúvas com mais de cinquenta anos; 15%, homens viúvos de qualquer idade; 10%, crianças (todos filhos de pessoas condenadas), e 5% indefinidos e de outras religiões – em todos os processo, eles eram acusados de práticas sexuais com satã ou lascívia bestial! Detalhe: quem acusava podia receber 25% das propriedades do réu caso fosse comprovado o conjunctus com o demônio, o restante iria para a Igreja, caso não houvesse herdeiros!” […]
“Temos que entender que esoterismo não religião e muito menos seria uma seita, mas, sim a área que estuda os conceitos divinos, humanos e universais, colocando CONSCIÊNCIA E DIRETRIZ no mundo ontológico, metafísico e logosófico. O esoterismo serve ao autoconhecimento e não as devoções e cultos; para tal, existem religiões e fraternidades.
Antigamente, essa premissa era muito mais compreendida que hoje, talvez por isso fôssemos mais aceitos no seio social e religioso. Os esotéricos começaram a perder seu poder de aceitação em todas as castas sociais europeias apenas na era do Iluminismo (idade da razão pura), por volta de 1700, quando fomos relegados ao misticismo e à superstição pelos cientistas e filósofos cartesianos.
Finalmente, rompeu-se a relação RELIGIÃO-CIÊNCIA, como o surgimento de uma casta cada vez maior de pessoas que negavam a existência de Deus e buscavam a supremacia do homem. Afinal, isso era natural após séculos de dogmatismo e opressão político-religiosa!” […]
“Hoje dizem que somos bruxos e que se existisse a Inquisição, seriamos queimados vivos. Bem, hoje os tempos são outros: a Igreja condena a astrologia, o tarô e tudo que se refere ao esoterismo por que ela não quer ocupar um ligar “místico e supersticioso” – de que outrora se fartou – , pretendendo ser unicamente uma religião.
Que assim seja, amem. Cada macaco no seu galho!”
Os parágrafos foram escolhidos entre as páginas 289 a 292 - “Aula Eletiva 11: Não somos bruxos” do livro de @neinaiff “Curso Completo de Tarô” - Editora Nova Era Rio de Janeiro – 2002.
Acho importante sim colocar as coisas em seus lugares, pq alguns tarólogos são bruxos, sim, como escolha espiritual... mas, antes de tudo, isso não é algo que concerne o consulente... logo, devemos, como tarólogos, nos dedicar à Arte do tarot... espiritualidade, cada qual faz como acha melhor!
ResponderExcluirPietra,
ResponderExcluiro que poderíamos dizer de um @herege, simpatizante do Sufismo que pratica adivinhação? Vivemos outros tempos e com liberdade de opção e expressão.
Obrigado pelo comentário!
Oi Ari. Eu acho que realmente os tempos são outros. Quem se arvora na Bruxaria para se dizer bom Cartomante incorre em erro crasso com a Arte. A Cartomancia independe do credo do consulente e, fatalmente, do credo do consultante. Ainda que alguns baralhos se aproveitem iconograficamente das crenças dos mesmos - eu não usaria um baralho de Voodoo, outro não usaria um baralho com santos e por aí vai - essa é uma questão de gosto que não apregoa, diretamente, uma crença.
ResponderExcluirO duro e o difícil é fazer quem não está disposto a entender que focinho de porco não é tomada e nem ofensa a palmeirense.
Vá entender.
Emanuel,
ResponderExcluira escolha de um determinado conjunto para atendimentos, professar um credo (ou nenhum), é opção do taromante.
O fato de lidarmos com esta tag poderosa do esoterismo, passa ao público geralmente a imagem de sermos seres supra-humanos, cultuadores de algo igualmente espetacular e mágico. Sim! E é apenas o Tarô.
Nossas crenças íntimas servem apenas para nós e penso ser de bom tom não reverenciar o que professamos durante os atendimentos.
Pense em alguém te oferecendo outros tipos de préstimos profissionais; dando santinho de vereador; oferecendo catálogos de cosméticos ou "ação entre amigos" numa consulta?
Não seria estranho o gerente da sua agência bancária te passando um cartãozinho, depois de justificar os juros cobrados na sua conta: Gerente Taromante, atende com Tarô Mitológico, Egípcio e Marselha. Marcar hora no fone...?
Cada coisa em seu tempo e lugar. Obrigado pelo comentário!