Conclusão da ordem no caos simbólico
Se formos realmente comparar as estruturas da astrologia, tarô, numerologia e cabala, poderemos observar que há somente filosofias perenes que as ligam: hermetismo, gnose, neoplatonismo, alquimia, magia, mas nunca haverá uma ligação em suas estruturas e arcabouços; este fino véu que as separa é suficiente para fazê-las únicas.
Os mecanismos existentes nas ideias, nas vias filosóficas, são os mesmos em todas as ciências ocultas. Todas têm um objetivo: fornecer respostas no encontro do homem com o divino, isso as fazem tão semelhantes e possíveis de se tangerem num determinado ponto. Todas têm regências universais do esoterismo, tais como a lei da polaridade, da trindade, do quaternário, da correspondência, o que as fazem tão similares.
Não vejo necessidade de se estudar a cabala para aprender o tarô e a astrologia, mas quanto à sua utilização dentro das ordens, é totalmente válida e verdadeira. Porém, transferir o modelo cabalístico planejado para o mundo externo... Nunca!
Todas as correspondências cabalísticas serão puramente determinadas por um ego pessoal, será sempre uma clara alusão de um sistema escolhido para atingir uma meta, tais como os graus dentro de uma ordem, um rito mágico predeterminado, um esboço metafísico, todas as correspondências ainda são muito particulares.
Assim, podem existir vários sistemas cabalísticos agregados ao tarô, todos são válidos em sua performance individual, mas em nada altera a leitura do jogo de tarô. Qualquer tarô que siga uma simbologia coerente e análoga aos tarôs tradicionais, mesmo que seu simbolismo enfraqueça o atributo original, ainda estará apto para uma leitura e interpretação, independente de qualquer outra fonte arquetípica agregada, seja ela a cabala, a mitologia, a numerologia ou a astrologia.
Não existe ainda nenhum trabalho do tarô com relação à cabala, astrologia e numerologia, que preencha todas as exigências esotéricas ou que esteja livre de alguma forma doutrinária ou dogmática. Não há atualmente nenhuma relação única de transferência cabalística ao sistema estrutural do tarô e da astrologia que não esteja envolvido com uma ordem, fraternidade, filosofia mística ou metafísica.
Trecho do Livro “Tarô, Ocultismo & Modernidade” de @NeiNaiff - Editora Elevação, páginas 256 e 257.
Excelente excerto. Ainda que anterior, gosto muito das disposições (favoráveis) de Dion Fortune para utilização do Tarot como Árvore da Vida. Grande abraço!
ResponderExcluir@emanueljsantos,
ResponderExcluircertamente!, também tenho algumas preferências quanto a alguns autores cabalistas; a forma que podemos fazer pontes e observar as tangências filosóficas de cada com o Tarô de fundo.
Forte abraço.
O tarô tem uma linguagem própria, a das imagens, ele não precisa de complemento, claro que podemos associá-lo a outros conhecimentos, mas que a imagem seja o fio condutor da interpretação!
ResponderExcluirAcho que a junção serve para quando gostamos de duas formas ao mesmo tempo e podemos ver correlação entre elas.
Bjão!
@NandaBotelho,
ResponderExcluircreio que podemos associar o Tarô com tudo que exista e criar diálogos entre saberes diversos a partir de analogias filosóficas. Estudar sim, outras fontes e ciências para melhorar seu entendimento, sem esquecer que o Tarô é um conhecimento autônomo e completo dentro da sua abrangência e finalidade.
Meu pesar é que o Tarô ainda não é devidamente respeitado ou compreendido.
Obrigado pelo comentário! =]