Viajante, às vezes não sei se vou para as margens do Pietra, sento e choro ou dou risada. No meio tarológico, deparo-me às vezes com situações travestindo o velho baralho com rótulos que não correspondem com a essência dele, mas realizando algo que ele é por base: adivinhação.
Pode ser pelo mesmo motivo que eu cismo em pensar que o Tarô é uma arte adivinhatória, uma ferramenta oracular. Em pouco mais de oito anos de estudos e práticas, o fato mais revelador que encontrei é que se trata de uma fonte de autoconhecimento no sentido mais profundo. Estude e comprove! E quer gostem ou não, o uso dele em diversas modalidades parte da prática adivinhatória.
Adivinhação com Tarô é charlatanismo? Não! Como não é uma prática de futurologia, dentro da definição e uso do termo específico. Embusteiros e aproveitadores de toda sorte há em todas as atividades mundanas e espirituais, neste mundo velho sem porteira e sem patrão…
O Tarô por ser aberto a qualquer um, não significa que todos que por ele se interessarem, continuarão. Pois entre os iniciados na arte há um número tal de desistentes a aprendiz de feiticeiro após algum tempo de estudo. Conheci uma minoria que estudava o Tarô sobre vários aspectos e não realizavam práticas oraculares. Outros poucos sacralizavam no altar romântico do misticismo oferendas exotéricas e exóticas. E ainda uma boa maioria, seguindo o lado profano da adivinhação, mesmo que blindada por alguns rótulos mais confortáveis e modernosos. Um ovo não deixará de ser um ovo após cozido, apenas não poderá ser um 'pintainho' depois disso.
Creio igualmente que uma linguagem mais contemporânea para estudar, entender e explicar o Tarô é necessária. Alguns termos que usamos sem nos dar conta, como: arcano, lâmina, consciente, subconsciente, inconsciente e arquetípico, por exemplo, se enraizaram tanto na rotina dos buscadores, que muitos até acreditam que sempre foi assim. E quanto aos neologismos que criamos pela necessidade de adjetivar ou substantivar alguns setores do Tarô? E outras tarolices emergentes… Há momentos em que alguns dos desusados chavões esotéricos soariam melhor a meu ver, para algumas referências…
Entendo que dentro do esoterismo ou da equivocada visão do; persista ainda no verniz do interpretar Tarô, um fascínio acompanhado de uma expectativa mágica de poderes supra-humanos sobre os demais mortais normais. Ainda faz eco o discurso fabuloso de que o Tarô é uma chave perdida há alhures que explicará e justificará em algures o universo, a humanidade, seus desígnios e um pouco mais. Confesso que gostaria muito que fosse… mas não é!
Ainda estamos criando o entendimento do seu uso e por isso não devemos nos afastar tanto de sua estrutura e origem tangível, mesmo que pouco conhecida. Pesquisam-se iconografias medievais e estudam-se referências históricas. Há quem se aplique na simbologia hermética, alquímica e astrológica, rebuscando em grimórios e outras fontes místico-espirituais. Mas tecem avaliações cartesianamente com pensamentos dos tempos atuais e não com o pensar dos séculos que se supõem o surgimento do Tarô.
A estrutura tradicional bem como o discernimento oracular sobre o Tarô ainda carece de maiores estudos e publicações comprometidos com práticas lúcidas e éticas. Mantendo o escopo de suas origens e vislumbrando até onde vai sua abrangência e possibilidades. Ou simplesmente lembrando que o Tarô é apenas Tarô…
Rico post o seu! Muito bom!
ResponderExcluirDe fato. Tarot é mágico. Só quem usa sabe. Seja para o fim que der, o importante é o seu "Estude e Comprove"!
Abraços,
Adash
@magododestino,
ResponderExcluircreio que todos que se aproximam do Tarô se transformam. Consulentes e quem o estuda. É uma magia possível de dentro para fora.
Não importa a via que nos aproximou dele; bom para quem com ele se orienta e excelente para aquele que estuda e pratica.
Forte abraço!
Oi Arieron, tudo bem?
ResponderExcluirPor isso sou grato por ser hereditário. Eu aprendi, na prática, que a Cartomancia, antes de toda a "filosofia" (por vezes, de botequim) que o acompanha, antes de qualquer coisa, é um meio de sobrevivência. É um fado. Mas um fado divertido.
Depois que reconhecemos as cartas como nossas, o passado (a tradição) e o futuro (o comprometimento) se desenrolam para nós; não precisamos de um oráculo que tem suas origens no Egito, nem de um pergaminho que revele os segredos do Apocalipse. É glamouroso frente aos outros, afirmar uma coisa dessas, e muitos autores fazem sem consciência desse fato.
Mas, para mim, o importante em minhas cartas, como aprendi, é o seguinte: Elas FUNCIONAM.
Simples assim.
Como você diria... Estude e comprove! ^^
Grande abraço!
@emanueljsantos,
ResponderExcluirmuito importante nossa história pessoal com o oráculo, e os registros que a tecnologia nos permite registrar e compartilhar.
Se recebemos como herança; esta será o que podemos (e devemos) deixar para as gerações futuras.
Assim a tradição se perpetuará.
Forte abraço amigo!
Oi, Arierom!
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog.
Adorei o artigo e a historinha em quadrinho. rsrs
Bjos
marcelo,
ResponderExcluiresoterismo é coisa séria, mas não deve ser ranzinza.
Obrigado e um abraço!