quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Tarô não presta

 O inesperado numa consulta...
Tirinha: porjoão


Viajante, o Tarô não presta à especulações, como não se presta à patranhas. Aqui em minhas linhas, há muito falo que se trata de uma ferramenta oracular que, antevendo fatos e situações, auxilia a orientar e aconselhar nas angústias de algum momento da nossa alma. Para quem o vem estudar, é uma excelente ferramenta de autoconhecimento e tudo que a ele for perguntado será respondido, dependendo apenas do "como perguntar".

Mas será que tudo mesmo? Há uma expectativa muito grande por parte de alguns operadores que se autoconsultam, de ficar escarafunchando fatos do cotidiano que na verdade não acrescentariam muito à própria realidade. Quando não, de consulentes que buscam insistentemente ouvir uma resposta que agradaria sua vaidade ou ego. Há dúvidas cruéis, eu sei, como há dúvidas sinceras, cabe ao profissional de Tarô dar limites, se este mesmo os tiver.

Muito se comenta da banalização do Tarô entre “a classe”, de ficar querendo saber de detalhes fúteis como da vida de pessoas públicas, como se vestir para aquela balada, se um melhor partido seria Antônio, João ou Pedro (tem jeito de ficar com os três?), se hoje a noite o príncipe encantado estará na festa, se o time A, B ou C será campeão de futebol? Quem ganhará o próximo pleito eleitoral? Seria mais importante aqui saber quem o será ou como será o seu governo?

O Tarô não presta para aquele que não estiver pronto para ouvir suas respostas, que desejar pôr na sabedoria das cartas suas prevaricações e egoísmos. Mas como temos aqueles que não aceitam o simples da vida e das previsões, temos aqueloutros que se valem do desespero dos incautos e suas contas bancárias.

Num poste qualquer...
Charge: Allan Sieber
O Tarô não presta enfim a todo aquele que achar que a divinação tem que vir acompanhada de atos mágicos transformadores, facilitado por preço ”módico”. Onde, comprada a solução, mais nada terá que fazer, além de esperar os resultados que sua mesquinha ignorância acomodada nas promessas “ezotéricas que um intrujão de última hora fez durante vinte minutos de consulta. Onde o Tarô foi apenas peça de enfeite num cenário bizarro...

O Tarô não presta a quem não se prestar.

7 comentários:

  1. Oi, querido herege!
    Tenho três palavrinhas: "clap, clap, clap"!

    Excelente exposição sobre o tema... engraçado, eu vi aquele eZotérico em algum lugar... kkkkk

    Bjs!!!

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  2. Humor rascante, divertido!
    Abraços!

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  3. É aquela velha história do "quebra-galho", que aquela mulher ótima disse num video que a Vera postou na comunidade faz uns meses. Tá todo mundo atrás do quebra-galho, do fast food, da solução rápida, do quick fix pra vida deles - ainda mais na nossa cultura. E a gente se esquece de que não existe um par de opostos, tipo o povo do quebra-galho versus o povo "sério", as questões vãs versus as perguntas sensatas; é mais um continuum... Tipo Arcanos Menores versus Arcanos Maiores, os primeiros manifestando mais objetivamente, em minúcias, o influxo dos últimos. Excelente post.

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  4. SAUDAÇÕES!
    AMIGO ARIEROM, a sua análise está mais que correta, esclarece e põe em pratos limpos muitas dúvidas ou investidas contra tão importante estudo.
    Parabéns por mais um excelente post!
    Abraços,
    LISON.

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  5. Anita,
    obrigado! Sim, já vimos... rsrsrs Beijo!

    Emanuel,
    certas coisas ou momentos, melhor levar com bom humor! Abraços!!

    Leo,
    também tenho pensado nestes detalhes e procuro não entrar em contextos maniqueístas, mas alguns causos me servem de fundo para minhas heresias rsrsrs Abraços!

    Lison,
    obrigado por sua apreciação e comentário! Abraços!

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  6. Arrasou, quem realmente quer se conhecer e a partir dai modificar os erros pra viver melhor, o Taro é um grande amigo.Agora do contrario, ele se fechara em copas, sem mostrar o que realmente deve!

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  7. @Senhordavida,

    com o Tarô não há mistérios: faz quem pode, segue quem quer.

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