quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Morte

Morte

Viajante, eis uma lâmina que antes de qualquer outra coisa, causa um susto nos consulentes mais desavisados quando se deparam com sua estampa durante um atendimento. Até o século XIX, antes do advento das incursões tardias dos ocultistas e tais, o Arcano XIII era considerado o Arcano Sem Nome, O Inominável. 

A denominação atual Morte reporta-se ao fim de algo, rompimento de uma situação, mudanças, conclusões, transformações que estabelecem o fim de um estágio desconfortável. Não se deve observar como sendo a morte física de pessoas no contexto amplo ou mesmo simplista, mas as alterações feitas pela pessoa que romperá com valores amorfos, pois entende que tem de assumir seus atos, reformulando um novo jeito de viver. Ao decidir assumir e consertar os erros será necessário à pessoa cortar certos males pela raiz, pois uma poda singela demais só faria brotar o mesmo mal mais forte e “vistoso”.


Arcano XIII - OW imagem: Le Tarot des Imagiers du Moyen-Âge - Oswald Wirth - Editions de L'aigle

A Morte aponta o final de uma fase angustiante, com um futuro totalmente diferente. O Arcano XIII é o das transformações que fazemos para buscar o equilíbrio por outros caminhos. Pode ainda traduzir as descobertas de verdade cruéis da vida, de situações e de pessoas próximas. É um ponto que trará a libertação e reformas de hábitos, porém será com relativa dor essas mudanças pessoais e o consulente sabe que isso é necessário. Cortar um dedo para não perder a mão, uma mão para não perder o braço ou o braço para não perder a vida. 

É o segundo Arcano Maior na estrutura do Tarô que anuncia mudanças, reportando-se à transformações realizadas pela própria pessoa, não por terceiros ou pelo destino. E assim realiza o que deseja, elabora uma nova vida, encontra as oportunidades ao fazer seu próprio destino, sente-se senhor do mesmo e regente das mudanças efetuadas. Mas nem sempre o meio social reagirá como o esperado, podendo ainda demonstrar mágoas e tons de ceticismo. Sem desespero… pois o equilíbrio será reencontrado mais a frente como resultado de sua autotransformação. 

O Arcano XIII não se trata da morte física, mas da morte de posturas e situações angustiantes. De se matar o jeito antigo de viver. Um exemplo simples que me vem a mente é a parábola do Filho Pródigo. Quando este cai em si após gastar tudo o que pediu ao pai, com aventuras e amigos oportunistas, se vendo sozinho e faminto, tomando conta de porcos, decide retornar a casa paterna, implorando para ser aceito mesmo como um simples empregado ali.
A Morte
Com este Arcano se deseja muito viver e ser feliz. E para tanto, transformações precisam ser realizadas, ciclos encerrados… mas não será confortável. Sabe disso todo aquele que já vivenciou as dores das mudanças pessoais de uma Morte. Mas sabe também que a evolução é um constante renovar de ciclos… Renasça!


2 comentários:

  1. Realmente muito interessante esta explanação. de fato podemos apontar a Morte como o ato da ceifa de algo a ficar para trás, definitivamente. Aplico, cada dia mais este conceito para enterrar convenções, ser livre e fazer o que se deseja de coração ou mente. como diria Aleister Crowley, o home é único e livre e tudo o que fizer há de ser da lei!

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  2. Sandro,
    certamente, as mudanças e transformações que o Arcano alude é essencial para nossa evolução pessoal. É o poder que temos e devemos usar sempre que a energia do Inominável se fizer presente!

    Forte abraço!

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