domingo, 11 de outubro de 2009

Tarô, leitura da alma

Stonehenge

Qual a necessidade de se prever o futuro? O Tarô como ferramenta oracular analisa questões, situações, meandros de possibilidades, aconselhando e orientando. Há análises que demandam para o entendimento, mapear o presente, revendo o passado do assunto, para visualizar o ponto atual. E ainda como é ou como está o ambiente que cerca o consulente, para então responder como pode ficar o futuro.

A premissa passa antes de tudo, de como a pergunta é feita, daí para a escolha do Método, que em generalidades é o “como vamos deitar as cartas”. É um mapa abstrato para o consulente, mas muito concreto para quem quer realizar um trabalho a contento. 

Quando o consulente simplesmente deseja uma análise do seu momento sem fazer referências diretas do que o trás à consulta, uso um método de “análise geral” que aponta de tudo um pouco. Conforme desenrola esta tiragem, surgindo dúvidas por parte do consulente, uso outros métodos que respondam estes ou aqueles pontos. 

O conhecimento de Metodologia e Métodos é a terceira perna da mesa de um tarólogo/taromante, a meu ver. Enfim é a pergunta que dá o mote para se escolher determinado método. 

E o Tarô responde a tudo que for perguntado? Sim, mas antes de tudo o “como se pergunta” é que fará toda a diferença para um bom atendimento. Há perguntas condicionadas e tendenciosas, ou mesmo dúbias por parte do consulente. Cabe ao tarólogo/taromante ajudar nisso. Pois pergunta mal feita ou feita de forma errada só terá um tipo de resposta e resultado... E se o taromante/tarólogo escolher um método inadequado, aí é que a coisa leva a breca e a porca torce o rabo num Arcano XV.

Vamos lá... parece simples alguém querer saber se “viajará para o litoral nas férias do trabalho” e “como serão estas férias”. Para o consulente parece ser uma coisa só, mas não é. Só nisto temos duas situações distintas: se viajará; que pode caber um sim ou não de início e, conforme a resposta, um porque. Supondo que obtemos um sim, o “como será” é outra análise, com outro método... mas por precaução que tal perguntar antes se sairá de férias na data prevista? Há condicionantes que precisam ser levadas em conta às vezes. Eu evito correr certos riscos, que já me induziram a erros no passado.

Cyprus 2008

Sendo a questão do consulente uma viagem de férias do trabalho, é evidente que algo o preocupa, mesmo que este, aparentemente, esteja apenas especulando... se há curiosidade, há um motivo

E se o consulente for despedido antes? Se um repentino fluxo de serviço surgir na empresa? E se as férias forem adiadas em nome da mais valia do capitalismo? Ou ainda se houver um corte de pessoal devido às marolinhas da vida? Delicado, não? Pois não há nada fixo quando se trata do destino, a não ser o fato de que ele vai se cumprir. E para sondá-lo, temos que fazer uns apartes para seguir. Então para dar esta simples resposta, o mais indicado é cercar todas as possibilidades do momento. 

Daí o termo análise ser tão usado como sinônimo de atendimento no Tarô. O “como perguntar” moldará a pergunta, que por sua vez facilitará escolher o Método.

Em atendimentos, faço algumas perguntas simples antes de deitar as cartas, exponho como funciona o Tarô em linguagem coloquial, evitando ocultês e mistiquês. Como já citei a pouco, abro o atendimento com um método que possa me fofocar apontar um pouco do todo da vida daquele que está a minha frente, para então seguir pelos detalhes. 

Observo o que posso do temperamento do consulente, ouvindo com atenção suas colocações, na possibilidade de perceber alguma angústia ou expectativas. Isto me dá o “como devo passar” o decodificado de seu jogo. Minha comunicação durante uma consulta é com otimismo e bom humor. Que possibilite o consulente a repensar seu momento, olhar a situação por outro ângulo. Em todo caso, alertando! Sempre há como transmitir esperança no Tarô, sem fugir do apresentado.

Seguindo a resenha do consulente e seu jogo, levo em conta como estão outros planos da existência do mesmo. Sem perder de vista seu comportamento durante o que vou passando, sem que este perceba, afinal ele quer uma resposta simples e no geral não fico expondo como chego a tal simples resposta

O Tarô é uma visão sobre o todo; um ver holístico; uma leitura metafísica do ser (chique né?) mesmo quando alguns já chegam com um foco/objetivo como os exemplos citados. 

Perguntas objetivas, mas atemporais: “Quando vou arranjar emprego?” Não importando qual método usar, não haverá um que, a contento, responda quando. Caso não avaliemos dentro de um determinado “X” na linha de tempo. O Tarô responde ao pontuado e quanto mais exato, melhor. Numa pergunta objetiva, tenho a noção que método utilizar e acrescento o tempo: “Arranjarei trabalho nos próximos três meses?”

Mas será apenas isto uma consulta? Não! Mesmo que me perguntem assim, procuro saber da causa e não apenas do efeito, em alguns casos. O ser humano é dotado de facetas surpreendentes e uma das abrangências do Tarô, a meu ver, é avaliar o estar e não o ser, para entender se tem como ter e depois ainda, o permanecer
A LUA
New Vision Tarot: Pietro Alligo e Gianluca Cestaro - Lo Scarabeo
Retornando a pergunta inicial: qual a necessidade de prever o futuro? Simples! Creio que muitos já ouviram: ”Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Por quanto tempo?” Penso que estas dúvidas primordiais da nossa antropogênese, ainda mesmo que inconscientemente, conduzem pessoas a buscar por respostas, onde for possível. E o Tarô é uma excelente possibilidade. #recomendo!

O Tarô em sua abrangência pode apontar algo que o consulente não perceba, ou mesmo tente ocultar de si mesmo. As maiores dificuldades em atendimentos que vejo, residem no “quem eu sou”. Há sempre aqueles que não estão preparados para ouvir suas respostas... 

Ops! O @Herege também é parte da raça humana, certo? Não é uma mera crítica, caro Viajante, apenas uma constatação, de como tememos olhar para dentro, que é o onde estão quase todas as respostas...


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