Amor de Papisa

Viajante, pela ótica taromântica, podemos dizer que temos basicamente 22 maneiras de amar. Cada lâmina analisada no plano sentimental terá, dentro de seus atributos simbólicos, seu jeito particular de viver seus amores (ou não).

O Arcano II – A Papisa possui atributos chaves de analisar, estudar e refletir; uma figura feminina, com vestes pesadas, suprimindo suas formas físicas; e é detentora de conhecimentos de alguma doutrina. Passiva e fechada em seu ornamento clássico, nos passa a imagem de silêncio e contemplação com muita introspecção, passividade e segredo, uma moçoila elucubrante. No plano sentimental se traduz em pudor, virtude, fidelidade, inibição, ressentimento passageiro, mas oculto, mágoa recente e carência afetiva.

O fato de estar assim não significa que ela seja frígida ou assexuada, apenas pudica. Creio, empiricamente, que seja o contrario, mas simplesmente não dá pinta.

Há uma particularidade significativa no Tarô quando analisamos pessoa comprometida e não comprometida (solteira ou pretendente). Haverá uma leitura diferenciada para cada uma das duas condições. Entenda como comprometida toda pessoa que tem uma relação estável: namoro, noivado, (alguém ainda vai à casa da noiva para noivar nos dias de hoje?), casamento e mais atual, o namorido.

Analisando o parceiro ou parceira, a Papisa nos apontará que os sentimentos deste se encontram embutidos de mágoa e ressentimento. Dificilmente abrirá a boca para cobrar algo, pois na relação não deseja mudar nada (ruim com ele/ela pior sem), lembrando que os atributos do Arcano II - A Papisa são de silêncio e segredo. Na vida sexual, estará ao gosto e prazer do outro, seja na cheia ou na vazante. Olhando o futuro da relação, a Papisa indica que, se o casal estiver bem, teremos abertura para harmonia e felicidade para os próximos meses.

Havendo problemas entre os pombinhos, o Arcano II aponta falta de diálogo, mágoas e que mudanças significativas para “bom ou ruim” não ocorrerão nos próximos meses. Mesmo que se pense em uma separação. A carta em questão nos mostra situações de conservadorismo e inflexibilidade às mudanças, onde não se permite verbalizar ou mesmo demonstrar o que pensa, sente e deseja. 

Ou seja, é a carta que não discute a relação!

Em “estando” Papisa, pensa-se muito, sente-se tudo com profundidade sem igual, na dor ou no prazer... mas revelar? Nem com pentotal sódico de espião russo. A bem da verdade, não gosta de tomar atitudes, esta sábia figura. Para solteiros este Arcano não aponta conquistas ou algum relacionamento no período. Para o futuro de alguma pretensão de relacionamento, apenas uma quase possibilidade. Rolam até bons papos, mas pouca atitude para “os finalmentes”, pois ficam na dependência do outro tomar a frente, é delicado dar praia…

Amancebados dizia vovó, amigados diria mamãe e amasiados, a mana mais velha (que Allah a tenha em sua Glória!). Para os casados, tudo ficará como antes no quartel de Abrantes, havendo ou não harmonia, mas sem morde e assopra - fase coleguinhas de quarto de pensão.

  

Quando analiso os ficantes, vou pela ótica dos sem compromisso, juntamente com solteiros. Uma jovem senhora divorciada, certa vez em consulta, desejou saber de ficantes - e eram apenas seis! na ocasião. Joguei seis vezes o mesmo método, e por assim dizer, esses pretendentes eram acúmulos residuais de curva de rio (e dá-lhe A Papisa a aparecer!). Abreviando: após um ano, mais ou menos, soube que ela reatou com o ex-poso havia mais de três meses! “@Herege, e o amor de Papisa, como fica?”

Bom feriado prolongado para você e até sexta, com algumas dicas de links do @Herege!